Artigos Técnicos
Amer J. Feres - PY2DJW - py2djw@gmail.com

COMEÇO DE CANTIGA ...  (III)

Recepção para rádio amadores  / Conversores.

 

Amer J. Feres, PY2DJW           

py2djw@gmail.com                  

Agora que você já “preparou” um rádio de carro para utilizá-lo como receptor para radioamador, talvez queira progredir, melhorando sua recepção.   Esse mesmo   auto rádio preparado, já com fonte, oscilador de batimento e “S” meter (Artigos I e II do “Começo de Cantiga”) pode servir como segunda conversão  para uma recepção mais sofisticada que seria um receptor de dupla conversão. Esse tipo de recepção oferece incontáveis vantagens sobre um receptor de conversão simples e já que você tem o  rádio de carro que servirá  como  segunda conversão  é perfeitamente possível fabricar em casa um CONVERSOR, para usar os dois como um receptor de dupla conversão.

Até agora você está usando o seu rádio de  carro adaptado  sintonizando  40 metros, por exemplo. Para trabalhar como segunda conversão ele será sintonizado (fixo) em Ondas Médias em 1600 kHz. A primeira conversão  ou CONVERSOR propriamente dito irá receber os sinais de ondas curtas (7 MHz, no caso de 40 metros) e transformá-los em sinais de 1600 kHz, que por sua vez serão entregues à entrada do rádio de carro (sintonizado em 1600 kHz). Temos aí, de forma bem básica, o princípio de funcionamento de um receptor de dupla conversão.

                                    uma  infinidade de  propostas e projetos  para construção doméstica  de conversores. Nós mesmos já divulgamos umas dezenas deles nas páginas da revista ANTENNA-ELETRÔNICA POPULAR,   no “falecido”  boletim QTC  da Labre-SP   e  também   no “site” www.rst.qsl.br , do nosso querido amigo Marquinho, PY2CWW.  Nesta terceira conversa na Feirinha Digital vamos dar esquema, lista de materiais   e “dicas” de construção de   um projeto simples de conversor para Ondas Curtas (no caso aqui com bobinas calculadas para só para 40 metros), que já é o resultado de transformações de outros esquemas mais difíceis de montar, mas que nem por isso deixa de ser um excelente receptor para esta faixa.

                                    Terminada esta explicação vamos mostrar o esquema e a relação de peças para o   FET-O-FORTY, um conversor para 40 metros, que já é uma modificação do FET-O-DINO, que era para duas bandas e que por sua vez foi “herdeiro” de um clássico valvulado chamado “ÔCODINO”. Os esquemas desses conversores citados ainda encontram-se no “site” www.rst.qsl.br .

Na montagem  do  FET-O-FORTY foram utilizadas bobinas de diâmetro bem grosso para proporcionar um excelente ganho (alto “Q”), do mesmo modo que nos conversores que o precederam. Mas no final do artigo daremos a receita para bobinas de um diâmetro mais reduzido para aqueles que preferem  fazer montagens miúdas.

Agora, mãos à massa e vamos para a primeira conversão, o FET-O-FORTY !

Sucesso na montagem e... alegria nos resultados !



                                      Primeira conversão para 40 metros .

                                  Modificando a modificação do modificado.

                  Esta é a versão  do   FET-O-DINO     (também conhecido como SHOOTNOSACK)

feita para trabalhar em uma só faixa.Aqui com bobinas calculadas para 40 metros, mas poderão 
ser adaptadas para outras faixas. Este projeto não está disponível em forma de “kit”. Não estou tentando lhe vender nada.
Se você quiser este rádio, terá que construí-lo.

                 Relação de Materiais:

R1 e R13 – 10k C1a,C1b,C1c – Capacitor variável de
seções iguais,  do tipo usado  em recepção (a capacitância não é muito crítica). 
C16 – 220 pF
R2 e R5 -  560R C18 – de 47 a 68 pF. Experimentar para o maior ganho. C20, C21, C27 e C29 – 100k
R3 – 4k7, potenc.  C22 –  22uF, eletrolítico. C23 e C28 – 10 pF,styroflex. 
R4 e R8 – 3k3 C25 – de 22 a 27pF, styroflex. Ajustar para que o oscilador local possa cobrir a faixa toda. C4, C9, C14 e C24 – trimmer, 3-30 pF, preferencialmente a ar, da Philips.
R6 e R14 – 2k2 C3, C8 e C13 – 22 pF a 27 pF  C26 – 68 a 100 pF, styroflex.
C2– Capacitor variável de 25 a 50 pF, 
que vai atuar como sintonia fina  de antena (pré seletor).
C6,C11,C12,C17 e C19 -10k, disco 


C30 – de 10 a 22 pF
C10 e C15– de 15 a 33 pF, styroflex. Ajusta-se conforme o valor do capacitor variável empregado.
R7 e R12 – 100k C31- de 470 pF a 1k, depenendo da sensibilidade do frequencímetro utilizado. R9 – 100R
R10 – 1k  R11 e R17 – 330R R15 – 47R
R16 – 1k  R18 -  470R D1,D2 eD3 – 1N4148
D4 – Zener  6,8 v.    


Bobinas – L1, L2, L3 e L5 são construídas sobre formas de 32 mm de diâmetro.   Podem ser usados

pedaços de tubo de PVC marrom (para água) de 1 ¼   poleg.
se você fizer as bobinas fixas. Se decidir fazer as bobinas cambiáveis, para poder trabalhar em
outras faixas, use culotes de válvulas, colocando-os em soquetes no chassis.
Neste caso instale os trimmers e capacitores que fazem parte dos circuitos

LC dentro do próprio culote, pois assim, ao trocar a bobina, troca-se todo o circuito
sintonizado para a
faixa.     
L1, L2 e L3 são exatamente iguais e feitas com 15 espiras unidas de fio esmatado Nº 18.    
O “link” (secundário) para essas bobinas é feito de 6 a 8 espiras unidas de fio 32 enroladas
de 1 a 2 mm
abaixo do enrolamento principal.          
L5 é feita com 13 espiras unidas de fio esmaltado Nº 18, com
“tap” na 3 ½ espira.
Esta bobina, em conjunto com os capacitores e trimmer que a acompanham deve ser ajustada 
para oscilar de 8.600 a  9.300 kHz,   para permitir a  cobertura  de faixa de 7.000 a 7.600 kHz.             
L4 – Transformador de 1.600 kHz. Feito sobre um pedaço (uns 4 cm) de ferrite, desses
de antena de rádios portáteis, com 60 espiras unidas de fio esmaltado Nº 32 ou 30.
O secundário é feito
de 5 a 6 espiras unidas de fio esmaltado Nº 25 a 27 a 1 ou 2 mm 
abaixo do enrolamento primário. Coloque blindagem entre uma bobina e outra para evitar interação.

                                      Conversor para 40 metros 

                                      INFORMAÇÕES PARA BOBINAS DE MENOR CALIBRE    

                                      Poderão ser feitas bobinas de diâmetro menor. Elas, contudo, não terão o mesmo ganho que as bobinas grossas.

                                       Podem ser usadas formas de 10 a 12 mm de diâmetro externo. As seringas descartáveis plásticas (para injeção) são ótimas formas para essas bobinas. Além da boa qualidade isolante do material plástico utilizado, são fáceis de furar e aquelas “abas” para o apoio dos dedos na seringa servem de patinhas para fixação no chassis ou na placa de circuito impresso. Vêm em vários diâmetros. Para as bobinas do FET-O-FORTY foram montadas em corpos de seringas de 3 ml (cerca de 11 mm de diâmetro externo).

                                       As três bobinas de sintonia de antena (L1, L2 e L3) foram feitas com 26 espiras unidas de fio esmaltado nº 25. O “link” foi feito a um mm abaixo do enrolamento principal, com 8 espiras unidas de fio esmaltado nº 32. O capacitor fixo em paralelo com cada uma dessas bobinas é de 75 pF ( podem ser dois de 39 pF ou um de 47 e outro de 25 pF em paralelo).

                                        A bobina osciladora (L5) foi feita no mesmo tipo de forma. Foram usadas 22 espiras unidas de fio esmaltado nº 25. O “tap” para substrato do FET oscilador foi feito na 6ª espira a contar de lado da massa. O capacitor fixo a ser usado é de mais ou menos 33 pF, para cobrir de 8600 a 9200 kHz aproximadamente.

                                        No circuito original do FET-O-FORTY, com bobinas grossas, o ajuste fino de freqüência é feito com um “trimmer” colocado dentro do corpo da forma da bobina. Na versão com bobinas mais finas esse ajuste é feito através de núcleos de ferrite ajustáveis que  se retiram de velhas bobinas de FI e se instalam dentro do corpo do tubo de seringa que estamos usando como forma (claro que após terminados os enrolamentos!).

                                        Também uma palavra sobre o capacitor variável para este conversor. Utilizamos um capacitor variável de 3 seções, do tipo de recepção. Este capacitor poderá ser usado inteiro (com todas as placas) ou poderá ser “depenado” deixando-se um menor número de placas. O número de placas (capacitância total de cada seção) não é crítico uma vez que a capacitância final do circuito depende deste capacitor e mais o capacitor fixo que vai em série com cada uma das seções. E a gente   “ajeita”   o espalhamento de faixa   do oscilador local   experimentalmente, trocando esses capacitores fixos que vão em série com o variável.  Para a sintonia da primeira etapa amplificadora de RF usamos um capacitor miniatura em separado, de maneira que essa etapa funciona como se fosse um pré-seletor. Numa das fotos poderá ser visto esse capacitor por cima do chassis. Na foto da outra montagem ele está colocado por baixo do chassis. Não faz diferença. Se você for o feliz proprietário de um capacitor variável com quatro seções iguais (do mesmo valor) você poderá montar o conversor sem esse capacitorzinho variável em separado. Mas é difícil encontrar um capacitor variável desses. E tem ainda outra opção. Se você for “atrevido” (como eu fui) você poderá transformar um capacitor variável de 2 seções, desses grandes, em 4 seções de valor igual. Com uma serrinha de relojoeiro ou um disco abrasivo, separe o estator  de  cada seção transformando-o em dois. O rotor poderá ficar o mesmo.






Amer J. Feres  PY2DJW  - Novembro de 2007