Artigos Técnicos
Amer J. Feres - PY2DJW - py2djw@gmail.com

(IV)  -     CONVERSORES  -  continuação da cantiga.

                                                  O  MISTURA  FINA .

 

                                                                                                    Amer J. Feres, PY2DJW.

                                                                                                        py2djw@gmail.com

 

                            Na  programação que fizemos para uma série de matérias técnicas para a Feirinha Digital  constava um conversor para 80 e 40 metros. Mas deixamos de oferecê-lo aqui uma vez que acaba de ser publicado no site www.rst.qsl.br . Seria repetitivo incluí-lo nesta coluna visto que é muito parecido com o FET-O-FORTY descrito no nosso último artigo.

                            Mas em compensação já tivemos  alguns retornos de colegas que montaram o FET-O-FORTY. E também algumas perguntas. Entre elas estão colegas que gostariam de montá-lo com a série de bobinas de menor diâmetro que oferecemos como opção no artigo original .     E  também aqueles que encontraram certa dificuldade em montar a etapa pré- amplificadora de RF com FETs.

                           Voltamos à bancada em atenção a esses colegas montadores  e fizemos   um outro conversor nos moldes do FET-O-FORTY, usando o mesmo oscilador local ,  que se mostrou ótimo para o caso e a mesma etapa misturadora com FET  ,  porém usamos bobinas de diâmetro menor (10 mm), conforme descritas no artigo original e aproveitamos para montar uma etapa pré-amplificadora de RF utilizando transistores bipolares ao invés dos FETs. Com a apresentação dessas modificações houve uma combinação de FET no oscilador e dois transistores bipolares como seguidores do VFO e ainda FET como misturador porém dois transistores bipolares com amplificadores de antena.Daí esta MISTURA FINA ser oferecida aos montadores que encontraram dificuldade no FET-O-FORTY, ou que simplesmente gostam de experimentar.

                            Os FETs prestam-se a excelentes amplificadores de RF, mas são sensíveis quanto ao seu manuseio. Um ferro de solda grande ou uma solda mais demorada já podem colocar em risco a vida de um desses semicondutores. Dado ao seu alto ganho, são também suscetíveis a auto oscilações, além de sensíveis a surtos de tensão, faíscas e sobrecargas de RF. Já os transistores bipolares são mais camaradas quanto a essas exigências. Apesar de terem menor ganho e não oferecerem tanta  proteção à modulação cruzada, um bom desenho no circuito faz com que se prestem muito bem para pré-amplifi- cadores de RF.

                            Ao colega que indagou o por que de duas etapas  amplificadoras de antena diríamos que é um “plus” que apresentamos nesses conversores. Não é tanto a questão de amplificação de sinais fracos, mas lembraríamos que ao passo que  a seletividade  (redução de imagens de áudio freqüência) pode ser obtida na construção de um bom sistema de amplificação de F.I.  ,   a  discriminação  contra imagens de rádio freqüência só pode se conseguida através de  circuitos sintonizados colocados antes  da etapa misturadora (conversora) Esses circuitos sintonizados contribuem para a rejeição de imagens de RF  e  conforme o elemento amplificador utilizado  (válvula, transistor bipolar, FET  ou  MOSFET) também determinam  o nível de ruído do receptor.

                           Apresentamos, então, o esquema e a relação de materiais da etapa amplificadora  de rádio freqüência do MISTURA FINA, uma vez que as outras partes e a construção das bobinas de 10 mm de diâmetro  já estão descritas no FET-O-FORTY .    Estamos, também, incluindo algumas fotos da montagem experimental, até mesmo para mostrar como ele pode ficar de tamanho bem reduzido  quando usadas as bobinas de  diâmetro menor.

                           Numa das fotos, bem em frente à bobina de ferrite para 1600 kHz, vão notar um cristal oscilador. É um cristal de 3575 kHz, tirado  da sucata de TV (usado para crominância) e que

presta-se aqui como um “filtro” para estreitar a banda passante de 1600 kHz.  É instalado entre o secundário da bobina de saída de 1600 kHz (aquela de ferrite) e a entrada do receptor que será usado como segunda conversão. Dá um estreitamento de banda excelente para recepção de CW e SSB. Ao se instalar esse cristal, coloca-se em paralelo com ele uma chavinha, que permite-nos funcionar com o “filtro” ou sem ele (para ouvir AM).

 

                           Obs. – Se você tem um receptor antigo, que perdeu sensibilidade, poderá montar esta etapa para ser usada como pré- seletor (antes da entrada de antena) do receptor “surdinho”.




Clique sobre as fotos abaixo para ver em tamanho grande
RELAÇÃO DE MATERIAIS para a ETAPA AMPLIFICADORA DE R.F.

Conversor para 40 metros
O MISTURA FINA

Q1 e Q2 - BF494

L1,L2,L3 (e L4) - Já descritas no artigo FET-O-FORTY.

C1a, C1b , C1c (e C1d) - Variável de 4 seções. Pode ser um de duas seções no qual se separam cada uma das seções em duas de igual capacitância (trabalho de serralheiro). Ou pode-se usar um de somente 3 seções substituindo o C1a por um capacitorzinho variável separado conforme já descrito. O valor de cada uma dessas seções não é muito crítico uma vez que vai em série com um capacitor fixo de menor valor, o qual vai determinar a capacitância final.

C2, C3 e C4 - Cerca de 75 pF, styroflex. É um valor difícil de se obter comercialmente. Poderão ser feitos com a associação de um capacitor de 47 pF e um de 27 pF. Os montadores mais exigentes poderão fazer este valor com a associação de um capacitor fixo de 47 pF mais um “trimmer” de 3 – 30 pF, o que permitirá ajustar melhor cada circuito LC. Neste caso, o núcleo ajustável de ferrite colocado dentro de cada bobina atua mais na parte baixa da faixa e o “trimmer” atua mais na parte alta da faixa.

C5, C6 e C7 - 22 pF, styroflex

C8 e C9 - Estes capacitores de passagem poderão ter o valor ajustado entre 22 pF a 220 pF . Quanto mais alto o valor esses capacitores darão mais passagem de sinal e alargam mais a freqüência sintonizada . Quanto menor o valor, mais seletiva fica a freqüência.

C10 - 220 a 250 pF.

C11, C12, C13 e C14 - 10 k, cerâmicos.

R1 e R2 - 47 k

R3 e R4 - 220 k

R5 e R6 - 22 R

R7 e R8 - 390 R

R9 - 10 k

R10 - 4k7

R11 - 10 k, potenciômetro.

E o resto é trabalho. (Ou compre feito e perca o prazer de “ferramentar”) .

Amer J. Feres  PY2DJW  - Dezembro de 2007