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TRANSMISSORES PARA AMPLITUDE
MODULADA.
Amer J. Feres, PY2DJW.
py2djw@gmail.com
Ao se decidir a montar um transmissorzinho caseiro para operar em Amplitude Modulada há uma série de escolhas a serem decididas : que potência ? todo valvulado ?
todo transistorizado? ou vamos fazê-lo híbrido? uso fonte interna ou monto uma fonte separada? modulação em placa ou modulação em “screen” ? faço VFO ou opero só a cristal?
Todas essas dúvidas devem ser decididas antes que você comece a fabricar um chassis novo ou a improvisar um já existente e antes que comece a juntar as peças da sucatinha ou adquirir novas. Não comece a construção de um projeto para modificá-lo no meio do processo de montagem, pois você acabará percebendo que sempre alguma coisa não dá certo, ou o chassis se torna pequeno, ou a fonte para a qual foi calculado o transformador não agüenta o novo aumento de consumo que você decidiu incluir ou ainda, os componentes de uma etapa acabam tendo que ser espalhados do outro lado do chassis aumentando a distância da fiação e causando interações e coisas desse tipo.
Todos os projetos que você decidir usar têm suas vantagens e desvantagens, portanto não fique esperando conseguir algo que seja perfeito, pois a perfeição é inimiga da experimentação e o que lhe parece perfeito hoje pode não o ser daqui a seis meses de uso do aparelho. Decida primeiro e só então comece a construção.
Não há como num curto espaço discorrer sobre todos os tipos de transmissores de AM, e portanto vamos nos ater a aqueles que ao longo dos anos de experimentação nos pareceram mais simples e mais eficientes para que um radioamador de mediana habilidade possa construir. Vamos trabalhar e sugerir fontes montadas à parte do corpo do transmissor, e também mostrar as montagens mistas (híbridas) que tiram a maior vantagem dos estados sólidos em etapas de baixa potência de RF e também as de áudio, mantendo as etapas intermediárias e de saída de RF valvuladas pela simplicidade de construção e até mesmo pelo custo/benefício que apresentam se comparadas às etapas de alta potência transistorizadas.
Daremos, em seqüência esquemas e explicações das partes principais de um transmissor de AM, que são: FONTE, gerador de freqüência, seja fixa – OSCILADOR A CRISTAL , seja variável
–VFO, ETAPA EXCITADORA (valvulada), ETAPA DE SAÍDA (valvulada) e MODULADOR.
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FONTE PARA TRANSMISSORES HÍBRIDOS.
A escolha da montagem de um transmissor híbrido, com saída de RF valvulada, mas com etapas de modulação e VFO transistorizados traz gran-
des vantagens em tamanho, economia e desempenho, porém exige o forneci –
mento de várias tensões para cada uma das diferentes etapas.
A fonte aqui apresentada consegue reunir, num só transforma-
dor, de maneira econômica , todas as tensões necessárias para garantir o bom
funcionamento das partes valvuladas ou transistorizadas do transmissor.
Vamos nos abster de considerações técnicas e passar à
exe-
cução prática dessa fonte que está planejada para um transmissor de mais ou menos 100 watts de saída.
A peça principal é o TRANSFORMADOR, que precisa ser en-
rolado especialmente para esta finalidade. É construido numa ferragem de 26 cm² de perna central. Podem ser utilizadas chapas de 4 cm de largura de perna central por um empilhamento de 6,5 cm. O PRIMÁRIO pode ser feito com dois enrolamentos de 207 espiras de fio esmaltado nº 19. Estes dois enrolamentos
podem ser ligados em paralelo para usar redes elétricas de 110 a 127 volts , ou
em série para locais onde a rede é de 220 a 230 volts.
Para não complicar a construção do transformador foi calcula-
do um número de espiras que é um compromisso entre as voltagens de rede mais
comuns entre nós. As pequenas diferenças não chegam a afetar o desempenho
final do transformador.
Temos três SECUNDÁRIOS. Um para fornecer alta tensão pa-
ra a etapa final de RF e também uma tensão média para a etapa excitadora (que
também é valvulada). Este enrolamento oferece 240 volts a 500 mA. Vai funcionar
como dobrador de tensão, resultando mais ou menos em 650 e 325 volts para essas duas finalidades. É feito com 433 espiras de fio esmaltado nº 24 com iso-
lação entre camadas do enrolamento. Um outro secundário vai fornecer 36 volts
para os transistores moduladores e 12 volts regulados para o VFO e pré de áudio.
Este enrolamento é feito com 46 espiras de fio esmaltado Nº 13 e tem uma toma-
da central na 23ª espira.
Vai, com isso, fornecer uma tensão de 26 volts AC, que depois
de retificada em ponte e fltrada dará 36 volts CC e do meio deste enrolamento teremos 18 volts.
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Obs.
Há dados para construção de uma
fonte semelhante para transmissores
menores, de até uns 40 watts.
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Por se tratar de uma tensão baixa não é necessário isolar entre as camadas. Mas é necessário uma boa isolação entre os diferentes enrolamen-
tos, isto é, entre o primário e o secundário de 240 volts, entre os 240 volts e o secundário de 26 volts e também entre este e o último (terceiro) enrolamento secundário (o de filamentos), que é feito com 12 espiras de fio nº 12 para fornecer 6,3 volts AC.
Após a montagem do transformador, com fixação de seus terminais de ligação é recomendado dar um banho de verniz isolante e deixá-lo secar bem ao ar livre ou estufa. Terminado o acabamento e seco o verniz é aconselhável testar o transformador e todas suas voltagens antes de iniciar sua ligação à fonte.
Os demais materiais para a construção da fonte são os seguintes:
C1, C2 - 200 mF / 450 volts
C3 - 10.000 mF / 70 volts (eletrol.)
C4 - 1000 mF / 35 volts (eletrol.)
C5 - 100 kpF (.1)
C6 - 100 mF / 35 volts
R1, R2 - 150 k / 2 watts
R3 - 1k5 / 1 watt
D1 , D2 - 1N4007 ou similar
D3 - ponte retificadora SKB 7/ 04 ou similar.
U1 - CI regulador de voltagem LM 7815 ( ou
7812, com acréscimo de um diodo inver-
tido ligando o pino central à massa).
Q1 - 2N3771, ou mesmo 2N3055 de boa pro-
cedência, colocado em dissipador.
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FONTE PARA TRANSMISSORES HÍBRIDOS ATÉ 40 WATTS.
Consegue fornecer, de um único transformador, as tensões necessárias para válvulas, saída de modulador transistorizado, VFO transistorizado (tensão regulada), pré de áudio e relês para transmissores híbri- dos de até uns 40 watts.
O TRANSFORMADOR, peça principal a ser construída, é feito sobre uma ferragem de 20 cm² de perna central. Para chapas de 4 cm de largura na perna central, usa-se um empilhamento de 5 cm. Para outras medidas de chapas é só fazer o cálculo.Tem dois enrolamentos primários que, se ligados em paralelo funcionam de 110 a 127 volts (foi feito um cálculo médio para não complicar o enrolamento) e, se colocados em série funcionam em 220 volts. Cada um desses enrolamentos primários é feito de 276 espiras de fio esmaltado Nº 21, com isolação entre as camadas. Os enrolamentos secundários são três: um para alta e média tensão para as válvulas, outro para tensões dos transistores moduladores, dos relês, do VFO e do pré de áudio e, finalmente um enrolamento para alimentar os filamentos das válvulas. Para o secundário de 172 volts / 400
mA, que vai trabalhar como dobrador de tensão são enroladas 413 espiras de fio esmaltado Nº 25, com isolação entre as camadas. Claro que, entre o final do enrolamento primário e o começo do secundário de 172 volts é necessário uma boa isolação, assim como após o enrolamento de alta tensão, para iniciar os outros secundários. O segundo enrolamento secundário fornece uma tensão de 22 volts/ 5 Ampères, que depois de retificada e filtrada, vai dar 30 volts CC. São 53 espiras de fio esmaltado Nº 15. A parte para os filamentos (6,3 volts AC, 5
Amp.) é feita de 16 espiras de fio esmaltado Nº 15. Como esses dois últimos enrolamentos trabalham com tensões baixas não é necessário colocar-se isolação entre uma camada e outra, mas sempre é bom isolar um secundário do outro.
Após a montagem do transformador e fixação dos terminais de ligação é aconselhável dar um bom banho de verniz isolante.
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Os demais materiais para a construção da fonte são os seguintes:
C1, C2 - 200 mF / 350 volts
C3 - 10.000 mF / 50 volts
C4 , C5 - 100 kpF
C6 - 100 mF / 25 volts
R1 ,R2 - 150 K / 2watts
R3 - 1 k 5 / 1watt
D1 , D2 - 1N4007 ou similar
D3 - ponte retificadora SKB 7 / 04 ou similar
U1 - CI regulador de voltagem LM 7815 (ou
LM 7812 com o acréscimo de um diodo inver-
tido ligando o pino central à massa).
Q1 - 2N3055, com dissipador.
Obs. Para usar relês com bobinas de 24 v. ligando-os aos 30 volts, basta colocar um resistor de 100 R / 2 w em série com a bobina do relê.
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